Monday, September 28, 2009

RETO

Hoje eu serei bem honesta comigo mesma e não tentarei enrolar as palavras com que o conteúdo delas, seja levemente modificado pela poesia nela inserida. não vou me iludir. ao mesmo tempo, o rodopio com as palavras represente talvez minha eterna dança com a vida. sou eu refazendo os caminhos antes de chegar a grande final. como se a vida fosse e é, uma maratona e tudo que eu como competidora gostaria é de não passar pela faixa de chegada. escrevendo também, vai saindo medidas de mim mesma. ao final de tudo, me leio. o que esta no papel, foi verdade. foi tudo verdade. e a dança com as palavras, foi a dança de ontem ao saber, ao encontrar, ao pensar na linha de chegada da vida. sempre me vem a cabeça laços, asas, festas. ando emotiva, e o motivo de tudo isso deve ser o cansaço da prova, da maratona. a equipe inteira do campeonato anda procurando a competidora que não chega. qual é o medo que se segue ao romper a faixa? lembrei que tudo isso me lembra a chegada a vida. me veio a imagem do competidor passando pela faixa, e a faixa caindo. me veio a cabeça o umbigo que corta e rompe também. descobri então, tenho medo de nascer. estou onde então, se ainda não nasci? o caminho da maratona é longo demais, ainda mais pra mim, que rodopio, enlouqueço e não firmo nada. não firmo no meu coração as marcas de um amor, nem em minha vida as marcas de um destino certo. se não estou me firmando, se ainda estou rodopiando, ainda não aconteci. ainda não nascer é saber que não estou morta e isso me anima um pouco. hoje eu acordei com certezas que ainda estou rodopiando. e que minhas inseguranças são os meus buracos. e se machucar em uma maratona, não é bom para o competidor. me deu vontade de retornar. de voltar pro ventre. e eu tenho a minha disposição o ventre de minha mãe que esta longe, mais ainda existe. existiu uma tentativa de me afastar do ventre, que foi quando eu me mudei aqui pro Rio. mas o ventre esta sempre lá, quando eu preciso. e hoje eu acordei querendo ele. se eu estando longe, sem o ventre e tenho que me conformar sozinha, nascida, serão então esses momentos que a gente cresce? eu recorro a escrita, eu recorro ao silêncio que é minha solidão. eu só recorro a noite, quando estou bem. e então neste aspecto, pelo menos, eu acho que eu faço a coisa certa. porque gosto de brindar a alegria, ao cansaço de candeia, gosto de brindar sorrisos e não lágrimas. mas hoje eu acordei depois de sonhos completamente já sabidos por mim; que me desculpe o meu subconsciente, mas tudo que aconteceu a pouco, já era de meu entendimento. menos em um aspecto. sonhei com uma gira. sonhei que estava na casa de uma amiga e pegava uma garrafa de pinga. eu derramava toda a pinga no chão em forma de circulo, me fechando dentro dele. e depois ia ao centro com a garrafa na mão e recebia um santo. não sei qual nem o que me disse. acordei. lembrei com tristeza que parte do sonho fazia muito sentido; aquele menino me tratando como quem tanto faz. dai me lembrei de uma conversa com uma outra amiga sobre isso, sobre ele, e disse a ela que eu também o tratava como tanto faz. e isso não deixa de ser verdade. mas não é uma coisa sincera de minha parte. é só mais um desses buracos inseguros que eu também contorno, alegando ser fodona. tem gente que acredita. eu mesma nunca acreditei. como também não quis acreditar naquele homem, no seu não amor, no seu tanto faz. mas ontem a verdade me veio e eu tive que ir dormir com ela. e aceitar a verdade para mim, é duro. bem duro por que é lá que moram meus erros. na verdade moram meus erros. e eu não sei resolver meus erros. então não sei lidar com a verdade. eu me envergonho disso, como se fizesse xixi na calça em frente a todos. então eu rodopio mais uma vez. e saio brincando. o sonho dizia tudo. era um resumo das palavras das conversas de ontem com meu coração fracassando mais uma vez, por culpa minha. eu me odeio? ainda não sei. neste momento quero o ventre de minha mãe. quero ser frágil para ser digna de cuidados.não quero ter alma, porque isso é coisa de gente grande e complicada. e mais uma coisa; no fundo, o fundo por vezes é raso também, quero resolver todos meus problemas. quero agir diferente, porque estou cansada de errar o caminho de propósito para não chegar ao fim da maratona. tenho medo que depois do fim da corrida, comece outra e que eu cansada, não dê conta. o mundo é uma equipe que conta comigo.

2 comments:

J.L.Tejo said...

É que você disse que os textos não são autobiográficos. Caso contrário, diria que talvez você precise desenvolver essa mediunidade rs. Círculo de pinga me parece coisa de Exu, salvo engano ;)

Anonymous said...

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