Thursday, November 29, 2007



Eu brinquei de te querer,
Não foi isso?
Agora brinco de te deixar na mão.
Quero ver rapaz
Qual é sua reação.

Medindo o tamanho de sua decepção
Hei de julgar qualquer decisão.

Sei tão bem de nós
E é tão bom lembrar
-Sim, como é bom-

Sei que são segredos guardados
Que mesmo se foram contados
Ainda sim são secretos.

Tuesday, October 02, 2007

Mon´amour, eu durmo sorrindo e vivo dormindo...

Thursday, September 27, 2007


Vem dentro do cansaço dos abraços
Dos amores idos já perdidos
Eu me encontrei morena em meio à solidão
Jurei não dar nem mais um passo
Que fosse me levar
Ao encontro da paixão

Do mundo muito eu já sei
Porém muito tenho que aprender
Não, não quero amar sem paz
Eu já sofri demais
Discreto amor agora tem de ser
Tudo que ficou pra trás
Já não importa mais
O amor é só você

Não vivo de novela
Já vi muitas delas
Castelos fantasias sonhos tão azuis
A vida me ensinou
Morena esse é meu lema amar demais
Só faz pesar a cruz

Monday, September 24, 2007


PUNK ROCK


Outro dia na terapia, tentei explicar para meu analista, o que era o Punk Rock para mim. Volta e meia, eu e Thiane também discutimos sobre o assunto. Eu não sou, nem nunca fui, nada punk. Mas o punk fez e faz diferença na minha vida até hoje. Eu lembro de começar a ir em shows sozinhas, com 15,16 anos e me apaixonar pelas músicas que mesmo com 2, 3 acordes fazia muito mais sentido do que uma música mais trabalhada. Nessas idas aos shows, fui conhecendo algumas pessoas, das quais, só algumas hoje em dia, eu respeito e admiro. Tenho um eterno carinho ao primeiro cara que conheci nessa historia toda. Mesmo distante, mesmo não sendo amiga, foi graças a ele que eu fui aprender como tudo funcionava. Depois, fui conhecendo mais gente, fazendo mais rolês, indo atrás de discos, livros, pessoas, tudo que era fonte para descobrir mais sobre o assunto. E então, também tentei criar, ao meu estilo, claro, minha contribuição, que na verdade era mais um agradecimento a toda essa cultura que tanto inspirou mudar minha vida para melhor.

O que aconteceu depois, e acho que esse caminho foi extremamente natural, foi que eu senti um esgotamento em relação a cena. Comecei a reparar um cenário que não se estendia mais. Eram as mesmas pessoas, a mesma banda, os mesmos lugares, os mesmos comentários , e isso fez com que muita gente especial começasse a perder seu tempo,com picuinha, fofoca, inimizades, e tudo aquilo que o próprio Punk prega com tanto louvor que isso não faz parte do cenário. Algumas pessoas, caíram por terra; conheci malucos e malucas, e também gente muito séria que dava um abraço pela frente e uma punhalada pelas costas, logo em seguida, subia no palco e gritava com todas as forças que era contra esse tipo de atitude. Vi também paranóicos usando a cena para chafurdar seus problemas e depois sumir fazendo as maiores teorias de quanto é perseguido. Mas isso é até engraçado, pensando bem.
O que eu vi, é que ao invés de seguir em frente, muitos caras,(não todos, é claro) sentaram na sala de estar e ficaram fofocando da vida alheia. Mulheres passaram pela sala, e eles continuaram ali, as mulheres evoluíram, deram adeus, e eles lá, sentados. Chegaram outras e a cena se repetiu. E se hoje, eu voltar pra cena, vou encontrar esses mesmos caras, com meninas novas, sentados no mesmo lugar, como se a cena estivesse morta, e não restasse mais nada que eles pudessem fazer; afinal, eles estavam ali, fazendo shows, tomando cerveja, "sendo punks", o que mais podíamos pedir?

Por outro lado, e o bom da vida é que sempre existe o outro lado, também conheci pessoas que mudam minha vida sempre. Trombei figuras históricas que tem meu respeito até o fim. E que, sempre que eu colar em um show ,não vou me arrepender de cruza-los. Tenho também amigas que compartilham comigo esta mesma visão da cena e que como eu, acabaram também por se distanciar. Pensando bem, as pessoas mais interessantes que eu conheci nesta cena, também estão distantes. Não tanto como eu, claro, elas ainda possuem bandas e vivem desse ideal, mas bem longe desse lado fútil que o Punk Rock, infelizmente, também pode oferecer. São pessoas que como eu, cansaram de ver o "vale a pena ver de novo", e foram seguir suas vidas, sem deixar tudo o que aprendeu com o Punk de lado.

Bem, tudo isso para dizer que hoje, fui ao médico e na sala de espera a televisão estava ligada na MTV e passava um programa que falava do Punk, quando ninguém mais, ninguém menos que o Ariel apareceu para dar depoimentos sobre o que ele pensava de tudo isso. E o cara falou simplesmente aquilo que eu tentei por meia hora explicar ao meu analista, sobre o Punk. Bem mais esperto e rápido o Ariel em frases colocou todo o sentimento que eu tenho pela cena. Ele disse mais ou menos assim: "Muitas pessoas hoje, se afastaram da cena, não fazem mais parte disso, foram fazer outras coisas, mas eu tenho certeza que essas mesmas pessoas, vão ter famílias melhores, e uma visão de mundo mais crítica do que a maioria". E é exatamente isso que eu falo,ou tento falar, do Punk Rock quando chego de coturno no samba, toda tatuada e as pessoas se espantam e vem logo perguntar o que estou fazendo por lá, respondo que estou em casa, que eu amo samba,mas que levo comigo o punk rock para ter uma visão melhor de tudo no mundo,e até mesmo,do próprio samba. Claro que isso não esta no meu modo de vestir,mas essa também foi uma herança que levo dos tempos de outrora.

Wednesday, September 19, 2007

Teodoro Sampaio



- E sabe que mais? Desisti de jogar na loteria. Se um dia eu tiver sorte mesmo, acho o bilhete premiado, no chão.




- Mas quando acaba a festa, todos os putões querem um bom lugar pra deitar. E todas as mulheres, feministas ou não, abrem a porta de suas casas.






- "Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim"
-Fernando Pessoa-

Thursday, September 13, 2007

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa




Quintana de novo, que delícia.

Neném você me da, água na boca, água nos olhos...
CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

Mario Quintana

Monday, September 10, 2007


Fique a vontade meu bem
Sinta vontade de ficar
Não tenha pressa
Quem sabe aqui é seu lugar
Mas se tiver de ida
Vê se não vai assim sem mim
Deixa a dor pra depois
Vamos nos aventurar nesse nosso tempo
Após prantos sem chorar

Monday, September 03, 2007

- Todos os sambas falam de você-
(essa é minha pro papi)


Não, não tenho o samba de Paulinho
Mas te mostro com carinho
Tudo que me passou

Das tardes de sol na calçada
Na melodia encaixada
Que um dia você me mostrou

Contando as historias do mundo
Olhava em seu olhar profundo
Sua alma que o tempo levou

(x 2)
Todos os sambas tem um jeito de dizer
Todos sambas falam de você

E toda vez que a mão bate um pandeiro
E eu vejo um partideiro
Não consigo esquecer

Que de você nasceu meu compasso
Minha alegria meu passo
Para este samba canção

O seu chapéu
Eu dei a um amigo antigo
Para seguir o caminho
O caminho do senhor

Meu pai
Meu pai; o seu chapéu eu dei a um amigo antigo
Para seguir o caminho
O caminho do senhor meu pai.

Saturday, September 01, 2007

Gosto, Mas Não É Muito
(Noel Rosa / Ismael Silva / Francisco Alves)

Olha! Escuta meu bem
É com você que eu estou falando
Neném
Esse negócio de amor não convém
Gosto de você
Mas não é muito, muito

Fica firme, não estrila
Traz o retrato e a estampilha
Que eu vou ver
O que posso fazer por você

Seu amor é insensato
Me amofinou mesmo de fato
Não leve a mal
Eu prefiro a Lei Marcial

Thursday, August 30, 2007

Um lindo canto com o gosto de viver
Pintou bonito e ganhou meu coração
Há como é bom viver
É bom viver de amor e até morrer de amor é bom
É bom se ter porque poder pode podar
É bom a gente ter o que ninguém pode ganhar
Saber o que será o dia de amanhã
Comer, beber, dormir, sonhar
E ser um bom vivã
O amor não quer pode
Não quer dinheiro não
O amor não quer beber
O vinho da ilusão
O amor é bem querer
É a fonte da emoção
Então lugar de amor
É mesmo o coração





(Mestre, mestre, mestre Nogueira...)

-Eu temo se um dia me machuca o verso...

Friday, August 24, 2007



Ela chegou com dois anos em casa. Abrimos a porta correndo e vimos uma esguia Waimaraner subir a rua, sem entender nada. Entrou em casa e para desespero de minha mãe, subiu no sofa, como se aquela casa já fosse dela há alguns anos. Morria de medo de vassoura, tinha outro nome que não era Lara. Era a waimaraner mais vira-lata de todas, ao mesmo tempo que era a Waimaraner mais carinhosa do mundo, e , com todo mundo. Encostava a cabeça no colo de qualquer pessoa e pedia um carinho silêncioso e sereno. Certa vez, nos deu lindos filhotinhos e foi uma mãe exemplar com a cria de capa de revista. Todas as "certas vezes" Lara representou. Nunca conheci uma cachorra que não era de latir, a Larinha latia muito raramente, não reclamava de nada, e teve um passado que a gente nunca vai saber como foi, já que chegou na minha casa com dois anos de vida. Nunca entendemos o porque de uma cachorra tão da família, tão nossa, chegar em nossas mãos, depois de morar, e não se habituar, em duas outras casas, vir parar em nosso quintal. Ela nasceu pAra ser nossa, e olha que eu não entendo dessaS coisaS de destino, mas sei que foram sete anos ao lado de uma fêmea, uma companheira, uma legítima figura de cão.
Saudades Lupi, minha eterna princesinha.




*Eles estão por fora do que eu sinto por você...

Tuesday, August 21, 2007

Tenho impressa no meu rosto
e no peito, no lado oposto ao direito, uma saudade
(que saudade)
sensação de na verdade
não ter sido nem metade
daquilo que você sonhou
(que sonhou)
são caminhos, são esquemas
descaminhos e problemas
é o rochedo contra o mar
é isso aí, ê Irajá
meu samba é a única coisa que eu posso te dar
é isso aí, ê Irajá
meu samba é a única coisa que eu posso te dar
saudade
veio à sombra da mangueira
sentou na espreguiçadeira
e pegou no violão
cantou a moda do caranguejo
me estendeu a mão prum beijo
e me deu opinião
(opinião, opinião)
depois tomou um gole de abrideira
foi sumindo na poeira
para nunca mais voltar
é isso aí, ê Irajá
meu samba é a única coisa que eu posso te dar

Monday, August 13, 2007





Reverend Horton Heat, minha nova paixão.
Ahhh...rock né?

Eu presumo viver contigo, de um jeito faceiro meu bem, numa casa pequena. Nós chegaríamos a noite, depois do samba. E você seria intimamente só meu. Querido, você fumaria um cigarro daquele seu jeito charmoso e eu daria uns tragos no seu. Você iria puxar meu cabelo sorrindo, com o cigarro no canto da boca e eu ia tirar a roupa de um jeito só meu, pra você. Sua língua ia ser do meu rosto, e eu ia encontrar suas costas. Seus dentes seriam de minha coxa, e eu morderia bem forte teu lábio. Depois eu te atacaria, e berraria, e escandalizaria meu amor por ti aos quatro ventos deste Rio de Janeiro, na Glória, na Lapa, debaixo da sua cama no Flamengo. Até a morte, até nove horas depois juntinhos, vai. Vai acabar. Meu amor, eu iria embora em silêncio, vestida com minhas roupas e teu cheiro. Quando a noite chegasse, eu iria te ver tocar, vestida de vermelho, passar por você e deixar o meu cheiro, com um beijo no rosto.
Eu gosto do jeito que o homem segura um violão numa roda de samba...

Ah ! Estas cordas de aço
Este minúsculo braço
Do violão que os dedos meus acariciam
Ah ! Este bojo perfeito
Que trago junto ao meu peito
Só você violão
Compreende porque perdi toda alegria
E no entanto meu pinho
Pode crer, eu adivinho
Aquela mulher
Até hoje está nos esperando
Solte o teu tom da madeira
Eu você e a companheira
À madrugada iremos pra casa cantando

-Cartolinha-

Sunday, August 12, 2007

É um moreno forte é mesmo um atléta,mas tem um grande defeito, ele diz que é poeta...

Aprendi a aceitar o enorme risco de que, embora eu não seja uma pessoa atraente e confiante, embora você tenha a seu dispor um catálogo vasto de meus medos e fobias, você pode, mesmo assim, me amar.

Alain de Bottom

Tuesday, August 07, 2007


Meu amor é um tigre de papel
Range ruge morde, mas não passa.
De um tigre de papel

Numa sala ausente, meu amor presente.
Me prende entre os dentes depois me abandona
Definitivamente
Range ruge morde
Velho tigre de virtudes
Nas selvas de seu quarto entre florestas cartas
Frases desesperadas
Lençóis
Onde me ama
Furiosas garras meu amor me agarra geme treme chora
mata
Um tigre de papel perdido nos lençóis da caça

Um tigre perdido

Saturday, August 04, 2007

Samba Resquício


Eu acho triste, mas, fazer o que?
Se no meu prontuário não tem o teu parecer.

-Eu grito, eu grito meu samba é infinito.


Viva o presente,como se fosse um presente.

Tuesday, July 31, 2007


Carta a Pingueleto


O mundo girou anos durante a metafísica do destino, e de minha ansiedade possessiva, que seqüestrou o tempo real. Olhei para o significado da vida e não bastou. O mundo girou durante horas e as coisas estavam sempre como quando eu vou a cozinha e deixo a porta da estante aberta, ou seja, inacabadas e minha mãe diz que eu tenho problema em finalizar. Um dia como uma faca ela me perfurou dizendo que todos meu problemas vinham do meu nada. E eu queria enfrenta-la e dizer que meu nada era a parte mais forte do meu processo, e não a causa em si, mas não tive forças. Ela me esfaqueou algumas vezes, e eu sangrava revoltada e sem conseguir retornar a situação. Eu batalhava por uma saída tradicional,como fizeram todos ao meu redor num passado distante, mas não engoli. Não agüentei e mais uma porta ficou aberta e abandonada e mais uma vez eu via a faca de minha mãe perfurar meu estomago alegando razão. Eu me machucaria tentando dizer o avesso, mas não o fiz. E o não fazer me levou a tantas situações que eu me explico, explico, e o contorno eu não acho. O meio, o raio, o controle remoto. Foi aí, e então que meu coração foi cortado pela metade, quando meu pai se foi. Neste meu momento da vida. Ele morreu interferindo uma crise só minha, ele atropelou meu espetáculo roubando a cena, dizendo adeus. E eu fiquei com saudades e crises, e crises e saudades. A ansiedade, os nervos, tinha achado uma razão real de eu ser quem sou. Como se sempre minhas crises fossem pela perda de um pai. E eu chorei de mansinho, e fiquei com medo de todas as doenças. Mais tive mais medo de enlouquecer na roda da vida. E o mundo continua me cobrando atenção. Ele me joga na cara histórias lindas, feitas de lágrimas e ouro e cá eu estou. Os loucos também sobrevivem, as mulheres tristes, fardadas a infelicidade, também sobrevivem, o pobretão trabalhador, também. No meu país, na insalubridade, as pessoas sobrevivem. E eu me invoco no meu nada, com tantos “tudos” para fazer. Eu me provoco, eu deslizo, eu não fecho a porta para abrir outra. Eu me assusto fácil demais, como se um urso pudesse me comer a cada segundo. Eu tenho medo desse remédio misterioso que ando tomando. Medo de acabar esquizofrênica, Estamira, Virginia Woolf. Eu tenho medo do meu nada virar doença, medo de não conseguir. Eu sonhei que tudo em outro país caia como areia e então lá fui eu me despedir de você meu pai, eu te abracei bem forte, eu dizia que iria partir, eu dizia que eu te amava.

Eu contei nossa história a uma amiga e ela entendeu, ela também passou por isso e eu egoísta não enxerguei sangue nela. Eu te perdi. Eu queria ao te perder, saber valorizar mais a vida, você foi embora sem me ensinar a ir a luta e eu estou neste frio valorizando meu nada, alimento de minha alma. E todas as vezes que tenho esse tipo de epifânia eu fico feliz, pois acordo disposta. No dia seguinte, abro três portas, não fecho nenhuma, depois o ciclo volta e isso me corroí, me desgasta. Agora estou sendo ajudada a escolher melhor a porta, estão tentando me ensinar como fecha-la também. Muitas coisas válidas, relíquias de museu, já foram descobertas nesse momento, mas eu ainda ando com problema de portas, com gastos, com cigarros, com amores, com a angustia, com a comida, com o futuro.

Thursday, July 26, 2007


Não se assuste, pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa
Enquanto eles se batem
Dê um role e você vai ouvir
Apenas quem já dizia:
Eu não tenho nada
Antes de você ser eu sou
Eu sou, eu sou
Eu sou amor da cabeça aos pés
E só to beijando o rosto
De quem dá valor
Pra quem vale mais um gosto
Do que cem mil réis
Eu sou
Eu sou
Eu sou amor da cabeça aos pés

Wednesday, July 25, 2007


Vestirei vermelho carmim escarlate

O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.



-elisa lucinda-

Wednesday, July 18, 2007

-um poeminha de chico, todo seu e eu-


Eu não sabia explicar nós dois
Ele mais eu
Porque eu e ele
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ele foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dele
Me vendo nos olhos dele
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ele
Porque era eu
-eu sou eu, toda vez que olho no espelho minha cara-


A gente é hipócrita com os cachorros, pois gostamos deles, por que sempre são felizes. Acho que preciso mudar de travesseiro, meu pescoço reclama de enfrenta-lo todos os dias. Levanto da cama e ainda esta chovendo nesta cidade que chora, hoje vai chorar também. Abro a janela, ascendo um cigarro. É tanta coisa que sempre tento dizer o que é. Muitas das vezes serão sempre as vezes que eu me olhar. Toda vez será única, será rara, será eu.

A tarde passou sem aviso prévio algum que a noite seria sangrenta aos olhos de todos, do mundo de você. E os jornais se dividiam ao mesclar a alegria de feitos esportivos e tragédias de um avião que caia. Eram medalhas de ouro de sangue, somada a uma mãe cheia de orgulho, com uma mãe que perdera os dois filhos no mesmo dia. E perder dói, os esportistas sabem disso. A vida de derrotas e vitórias estaria anunciada, como se tudo não passasse de um conto qualquer. E de noite, os sobreviventes que não ganharam medalhas pensariam sobre ambas as coisas, na noite, chovia mais e mais...e mais ainda quando via tamanho silêncio.

Trombou com meu sono atrapalhado, com essa derradeira comoção que tenho sido. Com o meu olhar, eterno olhar novo sob o espelho de cada dia.Viver uma batalha legitima.
A gente é hipócrita por gostar de cachorros, por não viver a ode aos ratos. Nesta hora ainda não sei se o fogo já cessou, nem para onde vai tantas vidas que sumiram. Me dói saber da dor de quem nem conheço, me dói te ver passar sem mim.

Minha alma lateja poesia dolorida, por que sei da dor de vocês, e sabe, certas coisas na vida não merecem explicações. O sangue escorre nas medalhas finalmente conquistadas, de ouro. Brilha e machuca os olhos de quem assiste a tudo isso.

Meu corpo pede por uma noite em que meu sonho não acorde junto comigo.

Thursday, July 12, 2007


-As divinas realidades são as diferenças das palavras que se misturam cada dia mais no meu pensamento-

É melhor você correr para sua vida, se você quer, é melhor você correr.
Uma vez eu sai correndo, sem rumo. É tão ruim. Fiquei sem ar por nada. Visitei casas geladas, dias de outrem. Dias bonitos feitos para mim. Como quando eu encostava em você e pensava que nada era em vão. Eu queria sugar suas lágrimas, encaminhar seu coração para um lugar seguro, o tempo todo. Eu queria respirar seu suor amargo, espremer toda e qualquer variedade de seu pensamento, eu queria o melhor de você para mim. Igual aquele dia que eu te contei quanto tempo fazia que a gente estava junto. Era tão doloroso saber que pra você, isso não tinha a menor importância, mas sabe, era você quem estava ali do meu lado, um ano depois daquela noite em que a gente se viu pela primeira vez.
Um tempo depois, você veio me dizer que neste dia, foi muito bom pra você estar ao meu lado naquele quarto. E eu fiquei feliz e lembro até hoje você dizendo; sabe que dia eu gostei? Então você mencionou tudo direitinho com um sorriso no rosto, e mais uma vez eu tive a certeza de que você tinha nascido para mim. Ou então quando você me ligava bêbado de algum lugar e dizia que tinha lembrado de mim, por isso e aquilo, e por isso me ligou. Eu ficava tão feliz, jamais você ia conseguir imaginar como era. Quando você me escrevia, para me contar coisas bobas e aproveitar para dizer que estava com saudades. Eu também estava, e fazia de tudo pra te ver. Sinto que você apostou as fichas, pois eu estava muito longe, e era mais fácil dizer o que pensa por distância. Quando eu me aproximei para te contar que todas essas provas de amor, eram verdadeiras, você não quis mais. E eu fiquei com tanta raiva, com ânsia de vomito, com ódio mortal. Eu não acreditava, e aquele dia me doeu tanto, porque você não era só um cara qualquer na minha vidinha ansiosa, sem rumo. Você era um alicerce seguro, intenso, eu não podia explicar. Mas você foi embora, você quis assim.
Eu ouço tantas historias de amor, que eu não sei até quando é amor o que tanto se diz. Até quando eu preciso de você, e até quando meu coração reconhece isso como amor. Eu soube um dia que a gente estava junto fazia um tempo já e eu deitada do seu lado, vendo você dormir, olhei pras suas costas, lindas, nuas e flagrei minha felicidade. Ela estava ao meu lado sorrindo como uma mãe orgulhosa de um filho que ganha uma medalha. A minha felicidade abriu um sorriso e me abraçou. E nós duas juntas olhamos você dormindo e eu pensei; quero esse cara para o resto da minha vida. Mas você acordou de um sono bom, arrumou as coisas e foi para sua casa, resolver sua vida. E eu fiquei procurando os porquês. Descobri que alguma coisa não encaixava entre nós. Esse pequeno ajuste, essa peça do quebra cabeça que não tinha par para se unir, se transformou num buraco grande, fundo, de onde você levantou as mãos e disse com muita calma e delicadeza; desculpe mais estou fora do jogo. Eu tentei resgatar minha felicidade, olhando no fundo dos seus olhos e ela já não estava lá

Como vai você

Eu sonhei hoje que você estava namorando uma Grega linda e que sua irmã ia casar de novo, não se preocupe, era com o mesmo cara. E os filhos dela gêmeos, que eu nem conheço, brincavam comigo. Eu subia as escadas para te procurar e você estava saindo do banho com ela. Só porque eu adorava tomar banho com você, desgraça!
Quando vi a cena, passei rápido pela porta e ela comentou algo, mas como você é muito elegante (sempre foi, porra), mesmo sacando tudo, disse que não era nada demais. Obrigada.
Quando eu desci as escadas fugindo de vocês dois, senti o pior dos horrores como se meu coração fosse arremessado pela parede e alguém me falasse de fundo que eu não ia mais precisar dele, como no desenho que eu tanto gosto. E eu entendia que você estava muito bem, e que você merece estar bem. Mas eu jamais poderia ver essa cena de novo, então acordei. Acordei com um frio na barriga, queria te ligar, e perguntar se você esta amando, e se estivesse eu ia dizer que sonhei com isso. Depois de desligar o telefone, eu ia dar graças a deus de você morar longe daqui, pois mesmo bem eu nunca ia gostar de te ver com a Grega linda, simpática, aprovada pela sua família que eu nem conheço. Fiquei pensando em você a noite toda, queria saber como você esta, como esta tudo aí na sua city marvelous sob seus olhos que eram sempre notícias interessantes. O que você esta pensando da vida, das pessoas, do futebol. Quantos porres tem tomado, em quais shows tem ido. Só não ia gostar de saber da grega, porque da grega eu já sei!

Eu gostava de te ouvir porque você era bom de papo. Não o melhor papo, muito menos as melhores opiniões. Mas era bom mesmo assim, era engraçado. E sempre tinha um final interessante pra nós.
Que merda.

Monday, July 09, 2007

A poeira que baixou diante dos meus olhos ainda esta aqui. Eu consigo enxergar meu momento chegando, eu estou. Certa vez vi pessoas que moravam no meu coração, desaparecer. Uma certa cena que eu não esqueço. E eu não gostei quando aquele moço desdenhou da sua história tão forte. Depois, reconheci uma amiga de anos, anos loucos e ela me contou coisas do mundo e eu pude entender que do mundo, eu quero o bem. Eu chorei quando vi a doença tomar conta dos olhos de uma pessoa que me esfaqueou pelas costas, num surto de paranóia. Eu sofri, eu nunca tinha passado por isso. Mas ontem aprendi que minha parte, eu fiz. E que se a outra parte não se interessa, meu trabalho acaba por ai. Eu não quero mais salvar o mundo, tão pouco ouvir suas historias loucas e tentar te entender e te amar mesmo assim. A minha loucura já me basta, a grande parada é se olhar no espelho sem enxergar mais alguém, que não seja você. Boa sorte.

Eu vou aprender a dizer não para todo mundo que me faz ser educada por esforço, por puro ego (meu). Chega de querer ser paciente com suas fofocas mornas,onde eu não sei nem que é a metade de quem você esta falando. E a vida como vai?
Ontem eu aprendi mais uma vez, que o olhar que eu sentia ter sobre as pessoas, minha identificação, meu carinho não serviu para que você pensasse antes de me acusar. E quando a verdade vier,se você não sentir que foi muito escrota e injusta,ai sim,você deve se preocupar, mais ainda!
Eu não quero o mundo pra mim, e nem quero que todos me amem, eu não vou me justificar pra quem não sabe ouvir. Eu tenho mais o que fazer, eu tenho por onde viver, eu tenho há quem abraçar e ontem eu fui muito feliz.

Foi ontem mesmo que eu aprendi pela primeira vez o sentido de coisas que procuro a anos saber. Foi libertador. Eu não quero que você vá tomar no cu, mas também não quero conviver mais com pessoas que tão na paranóia tão grande a ponto de me prejudicar, me engabelar com sua amizade maluca. Eu quero que você se cure, mas não vou te ajudar. A verdade vai vir à tona, mas eu não vou correr atrás dela, isso já me machucou demais. De agora em diante sou mais livre, pela primeira vez não tenho raiva, vivo minha vida e só. É de uma felicidade que eu poderia dormir gargalhando, lembrar de amores com carinho, enfim, você não entenderia.
Eu vou seguir, pois tenho planos, tenho a fúria gostosa da vida louca. A vida foi feita pra mim, e ai de mim se ficar me prendendo a coisas pequenas!

Monday, May 28, 2007


Traduzindo janeiro...



Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E nos teus braços que ele vai saber
Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez
O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti
Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua Deusa, meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração
Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava ao teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor
Baby, baby, baby, baby
O que fazes por sonhar
É o mundo que virá pra ti e para mim
Vamos descobrir o mundo juntos baby
Quero aprender com o teu pequeno grande coração
Meu amor, meu amor

Saturday, May 26, 2007


No mais, estou vivendo normalmente
Não vou ficar pensando
Se tivesse sido o contrário

Estou feliz
Mesmo sozinho
Esse silêncio é paz
Nesse momento cai
Uma forte chuva
E quem vai ficar chorando?

Thursday, May 17, 2007


Ui,mi corazon diablo!

Friday, May 11, 2007

Ida


Preciso escrever no silêncio. O silêncio que divide suas parte do espelho que me encara. A outra parte sangrava, enquanto eu olhava aflita ao brilho apagado de meus olhos pequenos; mal abriam, mal fechavam tranqüilos. Dormi muito. Nunca acordei.O tempo ditando os milésimos de destinos e minhas oportunidades voando pela janela, pela janela de madeira grossa, de madeira escura, igual tem em Boracéia. Fingi nada ver, finjo tudo. O olhar desviado da minha guerra particular, interna, secreta, sozinha. E o espelho refletindo que eu não queria ver. Preciso prever o silêncio. Precisei viver. Não pude. Precisamos todos:

O sol queimava a pele, que logo ardente, descamava. Pegaria a estrada, logo estaria no aconchego de meu lar. Meu lar que tinha meu cenário, o espelho e o silêncio. O olho fechado demais, e eu tinha que dar ouvidos a todos que me diziam que o olho era o espelho da alma. Que bobagem, eu pensava. Meu olhar mal via a destreza da realidade,e eu ria de tudo isso. Foram anos numa batalha ingênua, perigosa. Eu me esquivava dela, alucinava, ria, fazia todo mundo rir também. Seduzia a todos para entrar no meu jogo, e as pessoas se revezavam, depois voltavam a realidade. Eu não.

Até um dia que ela descobriu meu endereço. Bateu na porta da minha casa, vestida de preto. Não errei ao dizer que sentia, não via, não havia. Mas ela jamais quis previsão, eu não aceitei. Me armei mais forte ainda,queria vingança. O espelho parou de doer, porque os olhos gastos já não se incomodavam em não enxergar a alma. Pouco queria de mim, pouco me pedia. E o mundo sem alma foi à liberdade mais venenosa que eu já provei. O sol queimava e doía muito, mas logo passava, assim, eu esquecia que um dia já tinha sentido dor. Os cachorros latiam, a casa acordava relativamente cedo, eu podia ouvir o barulho do aspirador de pó sugando a poeira da minha inércia, mas eu, nada fazia. Esperava o sono vir de novo, esperava a noite cair e ia, ao estilo dos olhos de quem não vê, para fuga. A fuga era um pedaço divino do meu dia, as fugas eram de ouro meu chapa. Eu estava ganhando a batalha, seduzia o tempo, o dinheiro, as pessoas, seduzia a realidade. Eram bons momentos, não vou negar. Eu ria alto e olhava pro lado, sempre tinha alguém me olhando e eu pensava; Olha mais, olha bastante, essa daqui que você esta vendo, é quem eu queria ser. Todo mundo acreditou que era eu quem estava ali, e minha malícia começou a me envolver também. Quando nada é de verdade, o silêncio é traidor, então eu gritava. O veneno, primeiro me cegou devagarzinho, tirou o brilho dos meus olhos maquiados de preto, de luto.Depois o veneno me conformou. E então, foi a pior parte. Eu andava no escuro, viva de farsa. Até que cega, não vi o precipício, e cai.

Fui abandonada no túnel que me levaria à razão, o túnel da vida. O pior lugar do mundo, até aquele momento.

Ela veio me dizendo que ganhou o jogo, me ditando as regras, me garantindo que se assim segui-las, poderia me sentir melhor. Eu estava ignorante, assustada. E as coceiras voltaram, por que as coceiras eram o veneno saindo, a farsa passando e tudo isso doía muito, muito, dói até hoje. Dói agora.

Nesta tarde cometi erros, amanhã vou cometer tantos outros, e por aí vai. Mas nesta tarde o ato de cometer, foi terrível. Doeu por um motivo, e eu quero explica-lo: já vejo o brilho perdido, voltando aos meus olhos, ainda maquiados, de preto alegria. Já não temo o espelho que reflete a verdade.

Você sabe de uma coisa? Tenho lutado para saber também.

Friday, May 04, 2007

Caio Fernando de Abreu


Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - tá me entendendo, garotão?


Nada, você não entende nada

Thursday, May 03, 2007


Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo.

2000 mil anos


Veio então o que a anos se escondeu. Brincávamos assim. De falar que amando a gente escrevia melhor, choramos lado a lado. E rimos muito também, mas, sabíamos que no fundo, não havia cura, para a tal doença vida. Ela veio e foi embora, mostrando que as juras, não tem valor. Mostrando que o que era pra valer, é o que se sucede e não, o que se promete. A vida demonstrou encanto, os caminhos opostos e hoje eu queria telefonar e dizer: fizemos tudo errado amiga. Fizemos tudo, nada viveu daquilo, nem os ideais, nem nossos homens, nem nossa amizade. Mas o mundo, cheio de encantos, veio e levou. Destinos turbulentos para achar a vida real, para achar o que vamos levar até o final. Ouvimos uma linda música que falava de nós mesmas, depois nos perguntamos e contamos todos nossos sofrimentos, ascendemos um cigarro e vimos o quão chavão é essa vida peculiar: Existe a beleza de ser um eterno aprendiz, existe uma vitória para cada um de si.E mil derrotas fantasiadas de risadas escrachadas.Um belo dia, você cai. E o tombo é tão feio que o mais difícil agora, é levantar sem tomar um copo de cerveja. O tempo urgindo na sua orelha e você fazendo de conta que ele ainda estaria por vir. O sol se pondo em uma finalmente tarde de frio. E todas as nostalgias possíveis daquelas de emocionar corações calejados, aqui. Você percebe pra onde gira o parafuso, entranhas são razões comedidas pelo silêncio da alma. E elas querem fugir. Você entende, mas não agüenta. Teve uma vez, que vi meu pai muito doente em uma cama de hospital, e eu disse, mesmo com ele já inconsciente, que o amava muito, falei bem alto; entendeu? Você esta me ouvindo? E com a cabeça, meu pai fez que sim. Depois, nunca mais nos falamos, e a vida ficou diferente, como só ela poderia. Você pode se guiar pelas pessoas ao seu redor. Você pode depender delas até seu final. Eu vi meus amigos indo embora, embora, embora e eu não fui com eles. Eu de longe brindei com um copo, e hoje, talvez faria tudo igual. Depois, vi os mesmos amigos fazendo a linha da vida seguir em frente, enquanto que eu, recuava a cada comentário que ouvia. Enquanto que eu me perdia na angústia e no vazio, fazendo com que a vertigem fosse necessária. Vi alguns amigos recuarem também; eu estava sentada na cadeira, e abri um sorriso largo e acolhedor, disse: sejam bem vindos novamente. E eles se sentiram mal. Eu já estava ali. O dia da queda foi o dia mais importante da minha vida. A insustentável leveza do ser talvez explique toda a fragilidade, mas ainda não entendo do meu vazio. O dia em que eu cai, era domingo pra segunda. Lembro que comprei o jornal na praia. Lembro. Foi um dia de sol e mar e de sorte no jogo. Azar meu. Depois eu lembro do mal estar na casa de Laura, depois eu lembro do cochilo bêbado no sofá e Leninha chegando-“dormeee doidão,mil fita acontecendo e ce aí, no bem bom-...Putz,que horas são?” Depois a queda, o coice: Carnaval. Todas as escolas passando pela avenida desfilavam minha tristeza.E eu chorei no telefone aquele dia, dizendo à Flávia que não ia voltar, que eu não agüentaria de tanta angústia. Ela entendeu. Em seguida, tudo foi recolhimento, foi como nascer de novo, eu juro. Foi como nascer de novo, andar de novo, falar de novo, amar de novo, tudo novo. E eu ainda estou aprendendo. O resgate de Jéssica: Passaram-se intermináveis três meses, todos me procuravam, e eu, alegava insanidade. Foram longas noites de recusa, de entendimentos. Foram longas noites e dias cinzas encolhida na parede chorando e gritando; faz parar! Faça tudo isso parar, por favor! Preciso de um sonho que se sonhe só: Um sonho só meu. É incrível, ele esta se realizando. E o fecho de luz que entra todo dia de manhã tem mais dourado que todos os feches somados de muitas vidas, até da minha vida, á alguns anos atrás. Resolvo aceitar viver de verdade, e é uma alegria só.

Saturday, April 21, 2007

eu


Dentro do carro sobre o trevo a cem por hora, ó meu amor

Só tens agora os carinhos do motor

E no escritório em que eu trabalho

e fico rico quanto mais eu multiplico

diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio

vejo a luz do ter olharpassa as praças, viadutos

Tu nem te lembras de voltar

De voltar, de voltar

No corcovado quem abre os braços sou eu

Copacabana, essa semana o mar sou eu.

E as borboletas do que fui pousam demais

por entre as flores do asfalto em que tu vais

E as paralelas dos pneus na água das ruas

são tuas estradas nuas em que foges do que é teu

No apartamento oitavo andar, abro a vidraçae grito quando o carro passa-

Teu infinito sou eu! Sou eu, sou eu, sou eu.

No corcovado quem abre os braços sou eu

Copacabana, essa semana o mar sou eu.

E as borboletas do que fui pousam demais

por entre as flores do asfalto em que tu vais

Thursday, April 19, 2007

Olha só xuxu;Minha ficha caiu há tão pouco tempo,que até me assusta.Mas não vou correr,nem vou te fazer como pessoa vazia. Aquela que eu sozinha me relaciono. Tão pouco fazer de você, uma mira de meus estragos,um conforto para minha angústias.
Aconteceu:
Os olhos não suportariam tanta realidade,por isso resolvi não enxergar.
A realidade, descobri tarde demais. A realidade, a gente muda.Desculpe xuxu, fui tão egoísta e ainda me lamentei de sua perda.Senti raiva de você, hoje sou a culpada.Mesmo sendo vitíma do meu vazio. Ele é muito maior do meu não amor por você que eu sempre xuxu,sempre senti.


"Foram necessários seis acasos para levar Tomas até Tereza,como se,por conta própia, nada o tivesse conduzido até ela"

Xuxu,veja só;encontro tantas coisas nossas, até que tudo poderia ser um bom romance. Até outrora em nós acreditou.Retorna vai xuxu? Me deixa eu te contar o que naquela noite não consegui pensar. Retorna que eu quero me redimir. Não das ofensas,mas das juras de amor.

Wednesday, April 18, 2007

Cacete, hein?


Me cansei de ficar mudo, sem tentar

Sem falar

Mas não posso deixar tudo como está

Como está você?

Sunday, April 15, 2007

Todo o teto que caiu,foi há exatamente 3 meses atrás...
(silêncio)

Thursday, April 12, 2007

Madrugada de Janeiro




Pois é, até
Onde o destino não previu
Sei mas atrás vou até onde eu consegui
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor, no olhar



“Eu tive uma noite na varanda e depois te vi dormir. Fiquei te observando achando que os felizes para sempre poderiam existir. E naquele momento, foi”.
Para todo o sempre, e eu fui feliz.
Hoje, o peito aperta ao lembrar que eu já fui feliz para sempre, com um homem que para sempre me fez também sofrer.
Ele dizia que não queria me ver triste, que não queria que eu chorasse.
Ele também dizia tanta coisa linda, mesmo não sabendo o que ele estava dizendo.A gente era tão diferente mais em detalhes mínimos, ele me seqüestrava.Hoje os detalhes sumiram e veio a tona o que ele sempre foi.
Eu queria poder saber porque essas coisas acontecem;
Ele veio para minha vida, deixou histórias de cinema americano.
Depois se despediu de um jeito covarde que até hoje, dói
só de lembrar.Ver tal dor matando lentamente tudo de bom que eu via nele, certamente é a parte mais cruel.Ele não me deixou escolhas.
Se eu pudesse escolher, ahhh se eu pudesse, jamais tudo isso teria sido, acontecido.

Na noite em que te conheci, meu destino não queria brincar dessas coisas, de saber seu nome.Mas na noite em que você me conheceu,
Seu destino quis brincar de ser o homem da vez; aquele que machucado, agora quer, machucar também.
Me sai uma bela vitima e sua maldade durou mais do que seu destino gostaria.Eu aposto que ele não era tão mal assim, mas você ao meu ver, gostou desse troço de me incendiar e depois se calar, fazendo do silêncio seu secreto desgosto.E incluindo no seu nó na garganta coisas que você gostaria de dizer ao mundo, e a mim também.
O que você não falou, sempre me doía, sempre.
E o bem que você me fez, aparentemente, nunca foi real meu caro.

Friday, April 06, 2007

Que nunca foi real,veja só...

Não me atire no mar de solidão
Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos
Não me retalhe em escândalos
Nem tão pouco cobre o perdão
Deixe que eu cure a ferida dessa louca paixão
Que acabou feito um sonho
Foi o meu inferno, foi o meu descanso
A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva
Faz do amor uma história triste
O bem que você me fez nunca foi real
Da semente mais rica, nasceram flores do mal
Huummm....
Não me atire no mar de solidão
Você tem a faca, o queijo e meu coração nas mãos
Não me retalhe em escândalos
Nem tão pouco cobre o perdão
Deixe que eu cure a ferida dessa louca paixão
Não me esqueça por tão pouco
Nem diga adeus por engano
Mas é sempre assim
A mesma mão que acaricia, fere e sai furtiva
Faz do amor uma história triste
O bem que você me fez nunca foi real
Da semente mais rica, nasceram flores do mal

Wednesday, March 28, 2007

Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.
Sei do incômodo e ela têm razão
Quando vem dizer que eu preciso sim
De todo o cuidado.
E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar o que eu fiz, quem então agora eu seria?
Ahh tanto faz!
E o que não foi não é,
Eu sei que ainda vou voltar... Mas, eu quem será?
Deixo tudo assim,não me acanho em ver vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
Sei do escândalo e eles têm razão.
Quando vem dizer que eu não sei medir,nem tempo e nem medo.
E se eu for o primeiroa prever e poder desistir do que for da errado?
Ahhh, ora, se nao sou eu quem mais vai decidiro que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.
Ahhh, se o que eu sou é tambem o que eu escolhi ser aceito a condição.
Vou levando assim.
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir...

Sunday, March 25, 2007

Horóscopo do menino mudo*

Sua habitual propensão a manter o silêncio
sobre tudo que acontece acaba evocando
sentimentos paranóicos nas pessoas pró-
ximas. Elas percebem que você oculta
algo,ainda que esse algo, talvez, nada
signifique para elas. O que fazer com isso?

Friday, March 16, 2007

-Reflexos e Análises de varanda-
(Em agradecimentos à um covarde)

Chegou a hora de te descongelar. Você me machucou tanto, mas tanto que eu sucumbi. Eu deixei pra lá, e a distância ajudou a te congelar, ajudou a não pensar. Então foi ai, que imagine só, eu descongelei. Você me nutria o tempo inteiro de ansiedade, você me fazia de coisas que eu não queria ser feita, você me machucou tanto, e eu, desnutrida de ansiedade, desabei meu caro. Desabei pro fim do mundo, pro fim da minha existência, fiquei morrendo de sede, da ansiedade cruel que você me alimentava com prazer. Pois então, e ai, foi que morri. Morri, como há muito tempo não morria, morri feio. Morri de vez. Morri de sede e te congelei para não morrer mais. Você foi necessário para minha estrutura caótica, para me manter viva no inferno, mas quando eu morri, meu caro, fui primeiro ao purgatório, onde tudo é uma grande pausa quente, desesperada e que me metia um medo filha da puta, que me fez sucumbir à loucura. Quando você secou minha fonte de angústia, eu sai importuna, atrás de novas angústias, como num vício eterno de ter o coração na mão. Acontece que de você, aparentemente, nada ficou. Eu te congelei lá longe do meu sentimento, algo intocável, seco, onde eu jamais iria tocar de novo. Me enforquei,me alimentei de outras angústias. Todas as avalanches do mundo meu caro, passaram por aqui. E de todos os meus males, eu mirei apenas em você, como minha salvação. Quando você resolveu secar minha fonte, todos os outros males também morreram de sede, e foi ai, justamente nesse exato momento, como na cena do filme, foi ai, onde eu morri. Eu sai correndo,sem olhar pros lados,atrás de outras angústias para voltar a sobreviver,e como num paradoxo chavão,eu nascia de novo,mas nascia para logo morrer. Com você bem longe, com minha fonte seca, senti o pior dos horrores, e também como era horroroso o uso que fiz de você. Quando decidi voltar a viver, decidi também, não mais me matar, como automaticamente fazia, como quando você me alimentava. Resolvi que se fosse para voltar a viver, teria que não pensar em morrer e isso me fez pensar em você.
Então, acabo de te descongelar, você esta distante na terra linda, quente. E eu confesso, te sucumbi.Nós sempre soubemos que jamais teríamos nascidos, um para o outro. Éramos de longe um casal não ideal. Mas, ao mesmo tempo era você de uma forma cruel que me alimentava, para que eu pudesse viver, para poder morrer. Eu te fiz com maestria, você entrou no jogo, como sublime jogador. Acontece que numa overdose de angústia, eu deslizei, pedi mais. Pedi para que você parasse de me alimentar de angustias, pedi para que você fosse meu, assim, só meu, mas sem me matar, para me ver nascer só para morrer de novo.E foi ai que você inesperadamente, covardemente me disse não. Como se seu papel em minha vida fosse apenas me alimentar de angústia, de ansiedade. Como se desde do começo, desde de a primeira vez que te vi, você senhor, já soubesse que eu jamais iria ser sua garota. Logo depois, eu soube também. E quando você se revelou apenas um covarde sem qualidades, eu finalmente entendi qual foi seu papel na minha vida. Agora nesse exato momento, estou te descongelando, estou querendo botar toda a culpa do meu vício por angústias em cima de mim mesma, como se eu me auto-punisse. Ousei a te amar, só para que você me abastecesse de inseguranças.Mas sei que isso só não basta, quando um não quer, bem, você sabe. Você deve saber de sua cota covarde que você pintou em meu mundo. Você deve saber que o uso que fez de doces palavras não foi só apenas, um ato de enganar a menina rebelde e apaixonada. Você teve medo de colocar na sua vida, alguém que jamais seria como você. Meu caro, você teve tanto medo da diferença, que num gesto terrível, me disse adeus, secou minha fonte. E é exatamente por isso que eu estou aqui para te agradecer. Sem sua covardia, eu ainda seria a mesma garota viciada em pequenas angústias, em falsas alegrias, em sonhos que no fundo, eram terríveis pesadelos.Obrigada por tudo que fizeste comigo, o ato covarde, o sumiço absoluto, as palavras baratas e principalmente o virar de costas, o empurrão para o abismo. Sem isso meu caro, eu ainda estaria pelos cantos à procura de um homem assim como você, sem qualidades, para me manter viva de angústias maléficas. Agradeço-te por ter me mostrado que viver de angústia, jamais é amor, jamais é afeto, jamais é admiração. Viver de angústia, como eu vivia ao seu lado, era viver na eterna busca desenfreada da maior doença. E eu não tenho a maior doença, meu caro.
Hoje, eu descobri que viver não é assim. Que amar, não é assim. Descobri que a vida não é a grande doença. Hoje eu descobri, que a coisa mais honesta que veio de você para mim, me libertou: sua covardia cruel. E sabe meu caro, eu não tenho como te agradecer.No entanto,ficam aqui minhas honestas e humildes palavras cheias de erros e um eterno obrigada por ter passado pela minha vida desta forma assim, tão ruim.

Thursday, February 08, 2007

Você

"De tanto eu te falar você subverteu o que era um sentimento e assimFez dele razãoPra se perder no abismo que é pensar e sentir"

Monday, February 05, 2007

[o amor, ele mesmo, em carne e osso, me jurou, prometeu, garantiu, que se eu, que se eu, eu fosse um bom moço, eu fosse uma pessoa boa, eu me divertiria, eu viveria rindo à toa. Olha só o que me disse, um dia, ele, o amor em pessoa.]

Tuesday, January 30, 2007


"Dentro de uma coisa que gerou um monte de outras dentro dela e coisas certas de um selvagem coração que abastecia.Nada tinha uma perfeita condição, e foi só um, dois, três passos para que o covarde mostrasse suas garras.Nada dele era real.Tinha uma força fraca, uma inteligência fraca e machucou meu coração.O covarde morre mil vezes. Morre pela manhã ao ver a força do sol, morre a tarde ao ver no sorriso de quem ama, que nunca amou.Morre mais à noite olhando pela varanda de uma cidade quente. Morre mil vezes.O covarde se desprende e engana os valores, na confusão das conquistas. E aguarda um grande premio no fim da vida, mas morre. O covarde corre e soa e brinca e ri pra morrer, pois sabe de sua breve vida, e foge da dor que é ser feliz. O covarde é cego, duro, sem luz e machuca sem olhar a quem. Da arrogância pequena, das falas infelizes e o que mais um bom coração pôde agüentar. O covarde entra nas nossas vidas, e sai sem deixar rastro, por pura vergonha dos atos cometidos e porque morre. Porque morre mil vezes, às vezes até mais."

Sunday, January 21, 2007

Pra você:
(-Te adoro,mesmo com tudo-nada-nosso-)



Não é o que você pensou
Quando você começou isso
Você conseguiu o que queria
Agora você mal consegue suportar, embora
Agora você saiba, isso não vai parar
Isso não vai parar
Isso não vai parar
Até você se tocar

Você está certo de que existe uma cura
E que você finalmente encontrou ela.
Você pensa que um drinque
Vai encolher você, até você quase desaparecer
E estar no chão, mas isso não vai parar
Isso não vai parar
Isso não vai parar
Até você se tocar

Prepare uma lista do que você precisa
Antes que a morte venha te buscar
Porque isso não vai parar
Isso não vai parar
Isso não vai parar
Até você se tocar

Não, isso não vai parar
Até você se tocar
Não, isso não vai parar
Então simplesmente desista