Saturday, July 12, 2008


Seguiu-se para um viaduto que jamais iria parar em outro lugar do qual eu não pertencia. Seria difícil dizer o que se passava. Cabeça vazia é uma fábrica de sonhos da oficina do diabo. E o viaduto não acabava. Pedi para que parasse tudo, arrumei minhas coisas e me mandei dali. O outro espaço, foi sui generis. Conheci um céu, todo dia igual, todo dia diferente. E eles se encontravam no mar... E eu respiraria aliviada de amor, suando. Parou de ser úmido e ficou bastante frio. Ainda por cima, era feriado. Trombei um cobertor que me aqueceria e algumas roupas velhas que eu jamais colocaria de novo, se não fosse aquela ocasião. A ocasião contava muito, era eu, você dançando infinitamente. Mas estava tudo tão gelado enquanto eu rodopiava...E eu, rodopiei tanto que cai zonza, sozinha. Você estaria ali, assustado. Quem seria essa moça que dançava? Eu do chão te pedia; não tenha limites, não tenha nada para segurar seus medos. Mas era eu, tão insegura que estaria com medo. E o medo me fez feliz. O medo me fez renascer. E lá de longe, se alguém viesse me perguntar o que houve, eu jamais contaria a história toda. Toda louca historia da moça que girou sozinha em frente ao rapaz. O rapaz também fugia as regras. Parecia que nada iria detê-lo. Mas a armadilha, ele próprio, foi quem fez e caiu com receio. Olhava desconfiado e cheio de nostalgias, cheio de canções. E me contava distante, tudo que se passava. E me provava diariamente, que também não era deste mundo. Tinha eu, achado um habitante de meu reino. Estava na estrada, virando o viaduto já sem esperanças de encontra-lo. Pois quem veio, a muito já foi embora, e em todos se transformaram. Estava ela desolada, perdendo o cabo de guerra, sem forças. E o rapaz mostrava que tinha braços fortes, mas se duvidava se gostaria de ajuda-la. A moça ficou lá se esforçando. E sabem, bem...Ela esta até hoje ali.