Monday, February 16, 2009


“O mundo é muita sacanagem por fora e muito estranho por dentro”

Foi isso que eu ouvi ao querer sair fora daquele buteco imundo ao pensar mais uma daquelas minhas tolices de alguém que consumiu cerveja por demais.
Eu estava a caminho de casa quando um garoto me apareceu perguntando para onde eu ia.
Pra casa, respondi. E ele disse; deixe-me te acompanhar, estou aflito, querendo conversar contigo.
Achei melhor sim. E nós fomos conversando e ele me contou sobre seus interesses e sobre suas iniciativas e seu futuro. Estávamos descendo a Cardial. E eu disse; isso não é interessante. Você, não é interessante. E ele disse pra mim; não olhe para trás agora, não olha!
E eu olhei, mas não enxerguei nada, sou miupe, bêbada, me faço de vítima, sou podre, insegura. Não olhei quem era.
E hoje tem um olhar que desconfia tudo errado, de minhas probabilidades. Acho que era o olhar que eu não enxerguei. Talvez estivesse como eu, cega também. Cega de horrores desses que fazem a gente insistir na lama, na luta insana.
Igual quando dizem que se uma torcida organizada fosse organizada para outras coisas, atos nobres, o mundo seria melhor.Balela!
Eu tomei chuva e peguei ônibus no largo da batata. Nossa conversa foi longe e nada produtiva. Eu voltei pensativa, me sentindo estranha. Ele voltou para sua vidinha de garotinho família e o domingo chegou.

Caia uma chuva estranha e minha garganta arranhava ainda coisas da noite passada. Um gosto ridículo de cigarro na boa, uma sede filha da puta e eu nem tenho seu telefone para lhe dizer que você é uma criança louca. Que você me deixe quietinha e que era muito legal quando éramos pessoas bêbadas cantando samba. Agora você fez climinhas, ataques maluquinhos. E minha ressaca por culpa dos versos bem rimados, mal rimados, que vieram de você, não chegaram ao meu coração.

1 comment:

Anonymous said...

voce isabel, é linda e sabe viver
beijos e mtas saudades,
caio.