Thursday, October 26, 2006

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Tanto não era pra nada
Tanto que vinha luz
Tanto que era muito e eu não suportava.
Tanto que fazia minha vida criar essas vírgulas jamais vistas.
Tanto que como muitos, eram freqüentes.
Tanto que não podia fechar a mão, e eu, apertava forte.
O quadro fazia.
Era tanto, eram todas as coisas que até no armário não cabia.
Uma luz, uma velocidade que não há ar que agüente.
Você, na imensidão. Eu na intensidade.






I.Crozera

Wednesday, October 18, 2006

Posso ouvir o vento passar
Assistir a onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver
Eu pensei: que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar
Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás
Por que será?
Vou pensar
Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer
Isso eu vi, o vento leva...
Não sei mais
Se tu quer, como sonhar?
Que o esforço pra lembrar
É vontade de esquecer
E isso porque diz mais
Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez, se tem que durar
Vem, renasce do amor dentro de lágrimas
Um século, três
Se as vidas atrás
São parte de nós
E como será?
O vento vai dizer lento que virá
E se chover demais
A gente vai saber
Claro de um trovão
Se alguém depois sorrir em paz
Só de encontrar

Saturday, October 07, 2006


Nessa hora me lembro da lei de todas as coisas, que se há de perder pra poder ganhar, e penso. O que será q tenho eu q perder então?


isso aê.

mostra quem manda!

Thursday, October 05, 2006

crozera

-Sobre o amor-

Colocaram um rosto, e um corpo, colocaram também. Colocaram as asas que pulariam daquela varanda e colocaram um sorriso discreto nas asas de quem não quer voar. Fiquei preocupada. Colocaram tantas historias, suporam tantas idéias e fórmulas novas, fiquei preocupada, de novo. Mas a preocupação era tão boa, fantasticamente boa, cheia de encontros feitos de plumas num céu quente de uma outra cidade que ao mesmo tempo que oferecia tudo,oferecia você também. Não me leve a mal, por favor, não me leve a mal.Mas não vai ser isso que vai nos aproximar. Eu adoro seu jeito educado e odeio que você tem tanto pra falar e não se expressa nada bem. Colocaram meu rosto diante do seu e a gente mandou bem. Depois foi cada um pro seu canto e eu como de costume, desci a lenha nesta fogueira onde só quem queimava, era eu mesma. Você estava lindo olhando o fogo, mas não respondia. Você quase se escancara e me mostra coisas que jamais queria que eu visse.Mas eu nunca vejo, você é bom nisso. Colocaram seu corpo sobre meus olhos, assim, bem de pertinho.Eu quis te engolir.Pensei em todas, te juro, todas as possibilidades de te ter, mas você, de novo, não respondia a minha altura. Você quer se mandar, mas não fala. Você quer me ter, mas não fala, você já tinha um grande amor e eu não soube. Você acabou de encontrar alguém e não me contou a novidade. Eu estou vendo com aquela dificuldade. E fazendo cursos intensos de interpretação a casa contato com você. E eu já tive essa sensação ontem. E hoje e amanhã e eu já vivi isso. Colocaram você de novo na minha frente e eu te empurrei, pensei comigo; que viagem, isso não vai dar certo, mas você falou bem baixinho, bem devargazinho com seu jeito todo educado; vem comigo. E eu fui. Mergulho de cabeça, planos e baixarias, estou com você. Então, colocaram a gente mais longe e essa doeu mais. E os meses se passaram e você foi seguindo a outra estrada, aquela que eu não vou estar no final.E eu te esperando com asas sorrindo e dizendo pra mim mesma; que incrível.
Você só esqueceu de avisar que eu estava sozinha nessa camarada.

Wednesday, October 04, 2006

crozera

-sobre reforma e espelho-


Fazia tempo que ela queria reformar o quarto. O quarto que ainda mantinha seus pudores adolescentes e onde mais tempo ela costumava ficar quando estava em casa. E sabe, muitas vezes ela estava em casa. Pensou em pintar as paredes, colocar um lustre bem chique e outro bem hippie para dar um contraste que em verdade era tudo muito ela. Queria tirar dali tudo quanto era escrita, e frases já superadas de outras fases. Queria por mais prateleiras, queria dormir cercada de livros, talvez uma coleção inteira de Vinícius, ou Gullar queria por novas fotos e tirar velhos recortes de um armário abarrotado de roupas. Queria que seus olhos tivessem uma solução, ao invés de colocar a televisão tão pertinho do rosto, mas tão pertinho que ninguém acreditava como ela conseguia assistir e viver com o calor daquele aparelho em seu rosto, o que de certo lhe dava a medida do tédio. Queria também por cortinas pretas, bem pretas para que o sol não invadisse como ele sempre tem feito ao longo desses anos, apesar de que isso nem de longe chegou a ser um grande incomodo. Queria um quarto maior, quem sabe um banheiro só dela também. Queria uma rede preta, uma vez lhe falaram da tal da rede preta. Ela lembrou de quando era criança e perguntou pro moço que vendia redes, se ele tinha da cor preta. O moço rio da cara dela e anos mais tarde a tal da rede preta apareceu muito longe dali, mas ela já se deu por satisfeita ao saber que o vendedor de redes estava sendo um pretensioso ao rir do pedido dela.
Mas as pessoas riem, elas acham totalmente engraçado muitas coisas; meu quarto,meu jeito de falar, de vestir e dizem num tom bem blazê : “ai só você mesmo,viu” e a menina um pouco se importa sim,afinal ninguém é de ferro.


A gente podia parar um pouco, né?
Fazer com que certas coisas voltem de um jeito bem sutil quando vão pra voltar, de novo.
A gente sente muito. Eu sinto muito.
Outro dia mesmo eu estava comendo, sentei na mesa o almoço estava lindo,todo colorido bem ali e não foi nada real. Eu explico: eu estava com o garfo e faca, uma faca bem afiada que serve pra cortar carne, então foi ai que algo me chamou atenção na televisão e como ela estava bem baixinha sei lá eu por que, eu me aproximei dela para ouvir melhor a notícia tão importante que agora nem lembro mais. O fato é que quando voltei para terminar a comida, sentei na cadeira e não entendi mais nada. Nada mesmo, olhei primeiro pra faca, depois pro garfo e não consegui se quer imaginar o que aqueles dois braços estavam fazendo segurando tais talheres. Então olhei pra comida e tentei supor quem estava comendo aquilo, e era eu mesma. Eu sabia, mas não conseguia sentir que eram aqueles meus braços que manipulavam aqueles talheres que cortariam a comida que entraria na minha boca. Até a boca não era minha, os dentes muito menos. Meu estômago parou de querer aquilo. Larguei os talheres dei um impulso pra trás num ato de susto e medo.E meu coração disparou se cagando de tudo isso.
Dizem assim; eu tenho desrealização. Não me pergunte como isso acontece, o porque disso acontecer, não me pergunte o que eu não sei.
Mas o fato é que desde de pequena eu confronto o espelho desta maneira injusta. Eu olho, olho, olho bem fundo e não acredito que aquela imagem que ele reflete é minha, então eu pulo e faço gestos e tenho vontade de quebrar num soco porque eu nunca consegui sentir uma única vez, que ele de fato me refletia. Isso é um prato cheio pro meu psiquiatra; ele adora a acha até poético o jeito que eu defino minhas emoções e sensações pra ele quando vou ao consultório.E eu adoro ouvir que mais gente também tem isso. É um alivio saber que lá de dentro do meu quarto, aquele mesmo, que precisa ser reformado, eu não sou a única.
E as pessoas, essas mesmas que riem e que falam que só eu pra fazer tal coisa, onde elas se escondem quando sentem medo? Eu sou do tipo fácil, fácil pra sair correndo com dois megafones dizendo que eu to com pânico, que eu sou a louca da vez.E as pessoas acham bem bonitinho.Mas e elas? Eu quando vejo alguém centrado e organizado fico toda boba admirando como tal pessoa consegue levar esse tipo de vida. Acho realmente lindo. Acho bem bacana uma coluna retinha que acorda as sete da manhã, que trabalha desde de os 16 que já namorou 3,4 vezes.E que sabe a hora de ser paciente.
Já a minha cabeça parece uma anarquia. Todo mundo ali dentro faz o que quer, e principalmente todo mundo ali dentro adora pensar, pensar, pensar e não agir. Eu fico puta da vida com todos eles, fico toda hora relembrando que existem coisas a terminar, horários e pessoas que não podem ficar na mão, por minha causa. Mas eles são uns egoístas. Fazem somente o que querem e quando querem. E sofrem por isso também:

Tem vezes que minha cabeça para.
Para ou entra num surto. E eu fico angustiada com quinhentos mil pensamentos transtornados a toda hora. Tais pensamentos, afobados pra saírem da minha cabeça fazem do meu corpo uma vitima fatalíssima e então eu não me suporto sentada, ao mesmo tempo em que toda a luz e as soluções aparecem como uma descoberta na velocidade da mesma. e depois vão embora sem deixar rastro algum. Então o medico diz; toma um calmante quando for assim. E eu resisto a isso. Pelo meu próprio pensamento eu resisto. A gente passa a vida inteira procurando o sentido de ser quem é e o porque de acontecer tais coisas com a gente e eu sou nesse assunto, sou uma grande pensadora. A todo momento estou interrogado e botando a vida na parede pra ver qual que é.e me parece que esses meus surtos, que a gente aqui na terra chama de síndrome do pânico,tem todo um sentido pra mim. Como se com a vinda dele, eu renascesse de novo em alguns pontos que morrem durante o cotidiano normal de acordar cedo e ter a coluna reta. Mas mesmo assim eu sofro em telo e é claro que eu não gosto de sofrer, pelo ao contrário eu odeio. Mas mesmo assim no fim do túnel tudo o que me acontece, e já me aconteceu tem uma cara de vida vivida, e sabe, eu não posso mesmo encobrir a beleza disso.

Tuesday, October 03, 2006

eu juro tudo errado

eu juro que eu queria que as coisas dessem certo entre nós.
mas tudo errado.
eu juro que eu me sentiria orgulhosa de contar nossas histórias a todos que quisessem ouvir, de como tudo que aconteceu com a gente, foi coisa do destino.
eu levantaria nossa bandeira,pode crer.
eu incetivaria meninas inseguras/ abraçaria bem forte um menino na dúvida e diria pra ele acreditar.
eu patrocinaria tudo quando é casal que estivesse na mesma situação que estavámos.


(eu juro tudo errado).
eu vou contra todo meu destino esquerdista boemio.
tudo isso por que eu queria você,
mesmo sabendo que a cada discussão ideologica eu me perguntaria quinhantas vezes que raio estou fazendo do seu lado, e por que eu não fiz tudo ao contrário.

que seja qustão de tempo
e que eu possa jurar aos meus netos que coisas bestas assim,acontecem.
e que eu pare de fantasiar
pare
pare
pare