Eu não consigo dormir. Eu não consigo dormir, eu não consigo dormir
Eu caio no sono acordada tremendo e ouvindo o ruído como se um olho meu estivesse aberto
E um ouvido rindo
Meus braços descordando dos trejeitos meu coração simulando uma emoção e se preparando para a espera de uma convulsão
Eu não consigo dormir eu não sei se passo a noite pirando e achando que estou acordada ou se esse é meu novo sono me encurralando eu minha alma meu corpo sou mesmo um canalha
A televisão a fronha meus pés gelados umas vontades tórridas efeito sentido ao contrário pensamento desvairado
Eu não consigo deitar de tanto sono vou me ausentar algum dia por engano eu quero fechar os olhos quero me controlar pra dormir eu não consigo eu não posso com a noite ela é muito da companheira eu não estou acostumada com os choques do meu corpo esse ímpeto de semimorte os sustos desinibidos um calculo inevitável lá estou eu tentando desligar, um sorriso meu travesseiro um zumbido faz frio.
Eu não me dormi não durmo nunca mais fechei meus olhos
Não eu preciso me deitar me deitar me deitar às vezes eu quero dormir eu não consigo eu sigo eu sigo não chego eu quero travar com meu sono roncar por um coro acordar trinta horas depois esquecer os dias as avenidas minha catuaba o bom e futuro salário e isso era pra me dar sono, mas vou me arrepender se não colar minha cara na cama tentar respirar sem meu consentimento elaborar sonhos de mais profunda lucidez ta tudo tão estranho bom estranho me sinto agora eu não consigo dormir me ver me ouvir vou ter um colapso eu já entrei nesse túnel é escuro é escuro quero me jogar sair daqui mas preciso dormir nem que seja por um pesadelo dormir um mês inteiro eu quero eu não consigo.
isabel crozera
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