Wednesday, January 28, 2009


O Fariseu “separado”


Sou como um fariseu. O que é um fariseu? Sou como uma rocha menina, rocha que aperta na mão. E as mãos, são suas, são suas. Sou os meus cabelos desgrenhados, sou a vendinha de meus avós no Brás, sou um fariseu atrasado. Pego meu ônibus, não consigo latir. Rosno baixinho, gosto de te provocar. Até que se zangue, que me ame. Vou te arrepiar os pelos do braço esquerdo, vou morder tua mandíbula, vou critica-lo. Não te aceitarei, pois tu és folha. marrom caindo sobre minha árvore verde, insana, ridícula. Você me pertence. Você não me odeia. Você me rejeitará para sempre. Para sempre não é uma frase pequena e muito forte. Para sempre é longo, e nada esquisito de se dizer. Cresci assim. Sou fada, sou lança de fogo queimando em dúvidas. Sou a paciência de meus amigos a cada vacilo dado. Sou entre luvas, dedinhos pequenos e roídos pelos meus dentes separados, sou um fariseu furioso, horripilante. Sou incrivelmente longe de ser. Sou planos, simulo ações. Simulações. Sou várzea, campo minado, lenha e lenha e lenha e sangue. E olhos de vidro, olhos de moça da china. Sou visivelmente ensandecida, agradecida, elogiada, desmerecida, trágica, insolente, abastecida, confusa, amável, derrotada. Sou a maior de minhas vitórias. Sou a melhor de todas, sozinha em meu quarto. Sou a coisa mais inteligente do século tal. Sou um estrago na parede estragada, uma pessoa ilegal. Sou uma mistura de vinho com sabotagem. Sou incrivelmente o dia mais bonito do mundo. E raramente sou católica, apostólica sou romana. Sou um fariseu meu caro homem. Estou disposta a tudo: a te fazer o homem mais feliz do mundo, a te fuder de vez. Deixe-me fumar a vontade e não reclame da fumaça,sim?.

Tuesday, January 27, 2009


Na tentativa de me achar, te perdi completamente. Agora, quero poder entender o porque desta culpa que não me larga, mesmo com todo os porres tomados, cigarros fumados, doces comidos. Sou agora, uma mulher prestes a fazer testes de revistas femininas, para saber qual é o meu problema. Preciso me culpar, preciso porque fui do mal, por que não te amei. Preciso me culpar, porque sempre tenho a culpa, ela é sempre minha. E eu fiz seu coração sangrar e quando outros corações sangram o meu, eu também, podes crer, me culpo igual.

Seguinte-ouça bem esta canção e pare de me mandar poesias lindas, arrebatadoras-.

Eu conheci um homem que não existia, ele era vascaíno, sociólogo, poeta, bebum,artista, ele era meu homem dos sonhos. Daí, tchum! Juro, ele não existia. Era apenas um inseguro que elaborou um plano para mexer com minhas seretoninas desequilibradas.

Ele sofreu, sofri também. Sofri querendo entender qual era o tipo de dor que se passava no momento. Ele sofreu de culpa, sofreu de medo, de raiva e depois, andou por aí, dizendo ao mundo que não ia ser um sofredor, só pelo fato de se desdobrar na loucura para que eu me encantasse. Tudo acabou. Ele sumiu, eu fui induzida a amar o desconhecido e embarquei nesta. Isso merecia outro parágrafo, mas os dois estão tão próximos que isto não vai acontecer. E o relacionamento que vivi, foi um desafio. Como se a cobrança do amor viesse aos meus pés, subindo pela minha cabeça e eu então namoraria, para ser normal,para ser bem falada na família, para que eu mesma acreditasse que casar,viver,filhos,netTV fosse possível logo, logo em minha vida. E, no entanto, não durou porque eu não agüentei passar por isso, sentindo que o amor era em meu coração, uma coisa outra, louca, louca, louca, que ainda não sei o que é.

Ele entristeceu, muito, a vera, pra cacete, pra valer. Eu fui viver, fui atrás de amores novos, pessoas que não me julgassem e imagine só, eu não encontrei ninguém. A não ser um belo par de olhos, muito infantis, ou então uma pessoa que seria só para me dar prazer e nem isso conseguiu. Eu adoro insistir nos meus erros.

Neste meio tempo, vieram imposições machistas, amarguradas que tive engolir seca, a todos os comentários que as pessoas destilavam através de sorrisos e sambas e isso me deixou muito fula da vida e ele entristeceu mais ainda, pois pra ele esse negocio de machismo funciona tão bem que ele vive sob essas regras. E eu fiquei mais fula ainda, sabendo disso. E agora dei pra sonhar.

Ontem achei que ia ter o pior pesadelo do mundo e tive o sonho mais lindo de todos. Sonhei com um homem bonito, carinhoso, atencioso, disposto a me ensinar onde estavam as coisas. E eu quero muito saber onde estão as coisas neste meu mundo. Eu amo o homem dos meus sonhos, pois ele me ensinou do que eu preciso. Eu não quero poesias nem homens filosóficos que me deixam a mercê, muito menos quero homens machistas que se acham os donos dos morros. Eu quero um homem lindo que deixe uma revista legal pra eu ler quando chegar em casa e que ponha bastante edredom na minha cama, porque de noite eu tenho frio.

Sunday, January 25, 2009


Tu te esfumarás...
Me neblinarei sobre os telhados,
Galáxia azuis.
Sonambularás, te voltearei
Gatos lambendo as estrelas...
Wendy e Peter Pan
Sem o amanhã-nunca, para nós dois,
É sempre cedo.
Marietarás e eu Buarquirei
Em dois cavalos com asas de luz.
Tu te nublarás, me eclipsarei...
Nuvens em nossa cabeça.
Toma, Peter Pan, só um Lexotan
Pra que tanto amor não te enlouqueça.
Vagalumarás por você sobre o campo,
Eu virei do mar, teu pirilampo...
Como um circo aceso,
O céu da manhã
Saudará o amor que não dormir.
Tu desabarás... eu despencarei...
E o amor azul vai nos cobrir...



Aldir, meu noivo mais novo...

Saturday, January 24, 2009


RCMD&C

Posso te chamar de desgraça boa? Posso te chamar de professor? Qual nome te dou, homem fantasma? Posso me chamar de aprendiz, de louca. Porque eu posso tudo. Até me apaixonar por alguém que não existe. Posso ir até Paquetá magoar corações. Posso lhe contar tudo, tim tim por tim tim e você pode me escrever infinitas dedicatórias de amor num livro velho e lindo de Ferreira Gullar. Posso descobrir que nada disso era verdade. Posso acordar de manha e querer saber como você esta?

Ontem fui ao samba. Ele estava lá, e me deu um oi seco, daqueles que não mereceriam tchau, como eu fiz. Fui embora sem me despedir, pois seu rosto era um damasco e eu já estava alcoolizando minhas atitudes. Teve um amigo seu muito solidário, por acaso, que teve o desplante de não me cumprimentar. E quer saber? Foi muito engraçado, por que depois de observar como os machistas se perpetuam eu lembrei da cena dele olhando para minha bunda quando ainda estávamos juntos, eu e você.

Eu e você meu bem, foi muito justo ter acabado. E foi triste também, mas eu não sinto saudades. Nem acho que devo me martirizar por isso.
Hoje eu sonhei que pela primeira vez, aquele homem que eu fui apaixonada me tratava com muito carinho, me carregava no colo e ria das minhas escolhas malucas. Era um sexo e tanto, o melhor, talvez. E aquele homem ainda vai me dizer a que veio

Na verdade eu sei muito bem disso. Ele veio ao resgate do meu primeiro amor, que eu nunca mais vi, que eu era uma menina medrosa que adorava quando ele beijava minha boca, bem forte e mordia meus lábios até eu sentir uma leve dor, que era a melhor coisa do mundo. Vocês dois são tão parecidos, até dói pensar. Inclusive parecidos nos desfechos, que nossas vidas deram. Vocês são dois puta loucos do caralho, isso sim.

E eu também. Foi isso que me disse o menino lindo que mora muito longe. Ele me acha uma maluca. E eu odeio isso. Quero que ele me leve a sério, que seja super legal, tudo isso. Quero que ele saiba que quando eu bebo, eu penso nele. E quando eu não bebo, penso também. Mas ele me diz que sou gostosa. E eu adoro ser gostosa, mas prefiro ser levada a sério. Ele jamais me apresentaria aos pais, pois eu sou uma doida. E isso, veja, já me aconteceu antes. Eu era apaixonada por um cara meio burro mais que fisicamente lembrava muito meu pai. E meu pai, tinha acabado de falecer. Me envolvi fielmente a ele. E ele jamais me levou a sua casa. E eu achava isso um soco no estomago, mas calava como uma mulherzinha babaca. E eu sei que se me apaixonar de novo por você, serei babaca de novo. Por que não tenho jeito. Ou então, porque talvez, seja esse meu jeito.

Friday, January 23, 2009


..."Tenho duas necessidade muito intesas: Uma, de me dar, de ser sensual e sexual, de amar intensamente. A segunda, de me sentir forte, completamente, e eficiênte no mundo. Em nossa cultura, é difícl para a mulher satisfazer a estas duas necessidades num relacionamento com um homem. O condicionamento do novo papel sexual e o sistema patriarcal fizeram com que seja contraditório para a mulher amar, e se dar, e mesmo assim ter uma indentidade forte e senti-se completa"...

Saturday, January 17, 2009

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe o que será

Thursday, January 15, 2009

amor de verão não sobe a porra da serra, mesmo que ele tenha cabelo raspado pelos loirinhos e seja surfista sem cerébro.

Wednesday, January 07, 2009


Logo eu, sempre tão desajeitada, carinhosa em momentos ridículos, cheia de vergonhas dos meu olhos pesados de ressaca. Cheia de tattooagens, fumante, gritalhona.
Sou uma vitrine esquisita e toda vez que fecho a porta de minha casa quando você vai embora, tenho vontade de gritar;
-Garoto, vai procurar sua turma!

Mas o garoto liga (com medo) no dia seguinte e diz que minha casa tem cheiro de casa de praia. Logo quem. Logo eu que passei a vida inteira querendo saber qual cheiro ela tinha.

O que vai acontecer, é que você vai perceber o quão refinado você é para gostar de uma garota maluca, gritalhona, tattooada, fumante, cheia de problemas e inseguranças não divinas. E logo ao seu lado vai estar uma linda menina da qual o cabelo não vai ser tão ressecado e de sua boca não vai sair tantos palavrões e ela jamais vai ter crises tão ridículas quanto as minhas. E você vai preferir a ela, pois não há nada que um cara como você possa fazer.

Eu vou seguir a esquerda, pedir uma cerveja num balcão qualquer e pensar que talvez você tenha agido certo.
São verdes,
são verdes.
São cinzas.
E de todas as cores que eu desejar...

qualé a cor, meu bem, de seus olhos?