Para os fracos de Alma:
Era ao mesmo um sinal de vitória. Era alguma coisa sem nexo, sem prazo que ela conseguira na vidinha mediúcre. E de nada adiantara a vida virar o jogo. Trazer-lhe a sorte e embelezar a criança de cada dia. Ela não reparava. Nunca soube cair em si. Devotada aos estudos, nunca tinha tempo pra nada e aos poucos, foi abandonando o ideal que construíu em seu momento de fraqueza junto a suas amigas que lhe deram forças. Erguer não é de fato difícil, mas ela nunca soube.
Eu espiava tudo de longe. Sabia dos erros e dos acertos, pois sempre é mais fácil ver isso em outras pessoas. Ela não gostava de viver, já que estava sem ele. E mesmo com a pilha bem gasta de insistir, eu soube agir de bom tom. O tempo foi passando e a menininha frágil, aos poucos, foi se entorpecendo com outras mentiras que se arrumam por aí. Até que deixou de ser especial o pronto socorro que era aquela amizade. O problema então chegara até a mim. Eu sempre árdua e violenta quando perco a cabeça, não soube lidar. Depois de desabar noventa tetos em sua cabeça, você também não saberia. Mas não ouve resposta. Desta vez a briga foi certeira e as virtudes foram pra lona. Nem de longe era um caos, nem de perto algo que muito doia. Apenas ela não se importava mais, já que tinha muito pra ler, coisas a estudar. Homens esdrúxulos para pegar. O tempo que foi passando, não deixou nenhum sinal de arrependimento. Mas eu lhes garanto que essa menina quando for cair de novo, a queda vai ser bem mais brusca. E de nada adiantará, videntes e caminhadas com sorvete. Eu ainda estarei aqui, já que ficou claro que ninguém aguenta mais seus problemas envolvendo aquele homem diabo; nem sua família, nem sua terapeuta, nem suas pseudos amigas. Mas se caso isso não retorne, a frágil menininha irá viver sua saudável vida de garota trabalhadora, estudiosa e infeliz. Nos finais de semana longe daqui. Ela ainda vai chorar pelo amor que perdeu, ela ainda vai querer a morte por não ter este homem e nenhum livro, curso, faculdade ou emprego irá substituir o amor que ela sente pelo absurdo que é aquele moço. Para viver uma vida de mentira, você só precisa de meias verdades, minha cara.
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