Eu queria fazer um samba. Em profunda homenagem, na cadência mais linda e cores singelas, um samba raiz, de bamba e de sorte. Com tudo alinhado, em batidas marcantes, batendo tranqüilo e fazendo acalmar, e tudo seria tocado na mesa de um bar, tomando cerveja sob a lua da Lapa, num dia de verão carioca. Com todos rindo e cachorros passando, dando uma larga risada e pensando lá no fundo em toda a alegria bonita, a mais linda de todas.
É assim que eu gosto de você, pai.
Você esta me deixando, você irá partir, então me leve no seu adeus e deixe tudo aquilo que você acreditou fincado dentro de nós, de todos que gostam de você.
Pai, você é meu encanto, minha força, minha luz, minha pseudo-sanidade, minha alegria, meu paladar, minha fonte de inspiração, você é minha mente, meu pensamento, minha raiva e todo meu amor é você, papi, você é minha proteção, minha alma e meu espírito, tudo junto e razoável, você é minha dor, minha lágrima, você é toda minha risada escandalosa, meu elogio, minha prática. Você é alguma coisa que eu ainda não sei, e agora você vai me deixar, e eu vou descobrir sozinha, eu amo você, eu sei de amor, porque você é meu pai.
Todos os dias eu vou lembrar
Tudo eu vou lembrar
Tudo é você
Minha vida, minha vida, minha vida, eu não queria que você fosse tão cedo.